Candidatura de Mochi deve acirrar disputa à prefeitura da capital
A disputa pela prefeitura de Campo Grande deve ganhar um potencial candidato em 2020, tornando um dos mais acirrados embates políticos dos últimos tempos no maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul.
Para quem imaginava uma eleição tranquila em favor do prefeito Marquinhos Trad (PSD), que tentará mais quatro anos de mandato, terá um cenário extremamente difícil e que tem tudo para ser polarizado com o iminente anúncio da candidatura do ex-deputado estadual Júnior Mochi (MDB).
Presidente da Assembleia Legislativa por dois destacados mandatos, Mochi disputou o governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2018, ficando em terceiro lugar, atrás do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), reeleito, e do juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT).
Particularmente, Mochi ainda não se manifestou a respeito de sua eventual participação nas próximas eleições e deve evitar maiores detalhes sobre a movimentação interna nos quadros do MDB, que tem como principal líder político o ex-governador André Puccinelli.
A ideia do ex-deputado, segundo interlocutores, é se articular primeiro, buscando entendimentos com correligionários na tentativa de consolidar uma candidatura viável, capaz de aglutinar apoio interno e atrair a adesão de outros partidos.
O MDB também conta com outros nomes de expressão, como o da senadora Simone Tebet, presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o do ex-ministro Carlos Marun, afastado recentemente do Conselho da Itaipu Binacional, e o do ex-senador Waldemir Moka.
Para analistas, embora não tenha passado para o segundo turno na briga pelo comando do Parque dos Poderes, Mochi saiu fortalecido das eleições do ano passado devido a seu poder forte de articulação.
Além do mais, sem desgaste político, uma vez que ele entrou na disputa apenas para atender convocação da cúpula partidária, obrigada a indicar um substituto de última hora, após recuo de Simone Tebet.
A senadora chegou a anunciar a sua candidatura, inclusive divulgando o jingle de sua campanha, mas, em seguida, desistiu de enfrentar a máquina do governo do Estado.
Além de trânsito fácil em vários grupos políticos, Mochi carrega a fama de político sério, comprometido com a ideologia partidária e companheiro leal, tanto é que trocou a sua garantida reeleição de deputado para se arriscar numa disputa em que seus principais adversários já faziam campanha há anos.
Ex-prefeito de Coxim, seu principal reduto, Mochi teria de mudar de domicilio eleitoral até março do ano que vem se quiser disputar a prefeitura da Capital em 2020.
Diferencial
Na verdade, a ordem da cúpula regional do MDB é participar da campanha eleitoral do ano que vem na maioria dos municípios de Mato Grosso Sul, principalmente na Capital, onde o grupo político é forte graças às excelentes administrações de André Puccinelli.
Na semana passada, Simone afirmou que o partido tem ‘excelentes quadros’ e que deve dar espaço para novas lideranças.
Para ela, a próxima eleição será a mais importante do partido.
A senadora defendeu que o MDB apresente candidatos no maior número de municípios do Estado, mas não descartou a possibilidade de coligações com outros grupos políticos.
“O diferencial do MDB é o seu passado de grandes homens públicos, como Ulysses Guimarães, Pedro Simon e Ramez Tebet, mas não podemos viver de passado. Ele ainda é o maior partido pela sua capilaridade, têm a maioria dos prefeitos do Brasil. Mas vamos conseguir manter esse status de ter nos municípios pequenos, médios e grandes do Brasil gestores nas suas cidades? Este é o nosso desafio e, por isso, esta será a eleição mais importante do partido dos últimos 20 anos”, afirmou.
Fonte: conjunturaonline – Willams Araújo
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