Com viaturas quebradas, PM usa veículos da Polícia Civil Camapuã
Após as duas viaturas da PM (Polícia Militar) do município de Camapuã, apresentarem problemas mecânicos, a guarnição começou a ser transportada por veículos da Polícia Civil e até do Corpo de Bombeiros, segundo denúncia recebida por este órgão de imprensa na última quinta-feira. A mesma roda teria caído duas vezes na última semana, e a oficina responsável pela manutenção já teria refeito o serviço diversas vezes, sem solucionar o problema em definitivo.
Os veículos teriam sido deixados nos fundos da sede da companhia, onde funciona também a cadeia pública da cidade, utilizada pela Polícia Civil. Esta última, como forma de dar suporte para as ocorrências atendidas pela PM, estaria fazendo o transporte dos policiais pela cidade.
“A única viatura disponível atualmente é uma [Chevrolet] Tracker, que roda mais em cima do guincho do que em patrulhamento. Sabemos que os policiais ao ingressarem na PM fazem um juramento de defender a sociedade mesmo com o risco da própria vida, mas será que está incluso acidente por falta de manutenção?”, questiona um funcionário, que não será identificado por motivos de segurança.
A denúncia ainda afirma que os policiais estariam sofrendo represálias por parte da administração superior do comando, e que a cidade possui “um relevo ‘montanhoso’ e uma viatura em mal estado de conservação coloca em risco não só os militares mas também a população”.
No quartel também funciona a cadeia pública da cidade, de responsabilidade da Polícia Civil. Contudo, moradores afirmam que é perceptível que os muros não ultrapassam 1,5 metros, o que estaria gerando insegurança dentro do próprio espaço físico da PM.
Ainda segundo o documento obtido pelo Jornal, o padre da cidade teria feito um post nas redes sociais pedindo por mais segurança. “Vejo o esforço desses coitados aqui. Posso dizer que eles são muito julgados pelas outras pessoas que desconhecem a realidade”, afirma um morador, que preferiu não se identificar.
Por fim, a denúncia afirma que, no município, o conserto de viaturas não estaria seguindo os procedimentos de vistoria e perícia obrigatórios após a manutenção, na DGPC (Delegacia Geral da Polícia Civil), sendo enviadas para uma oficina da região. Contudo, os defeitos estariam sendo “arrumados com parafusos”, e atrasando o prazo de entrega definitivo – e consequente utilização nas ruas – por precisarem passar por manutenção constantemente, com o mesmo profissional.
Outro lado
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da PMMS afirmou que já foi disponibilizado reforço às atividades de Campuã, pertencente à 12ª Companhia, “com o envio de viaturas para o patrulhamento, enquanto é feita a manutenção periódica dos veículos da Unidade”. Além disso, explicou que o processo de escolha dos locais para manutenção dos veículos oficiais é feito conforme dispositivo legal, através de leilão reverso.
Já em relação ao transporte da guarnição em outras viaturas, a instituição esclareceu que “embora não seja convencional o transporte em veículos de outras forças, a exemplo do Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, não há impedimentos para que seja feito, considerando que todos pertencem à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), e são órgãos responsáveis pela segurança do Estado”.
Por mim, finaliza os esclarecimentos reforçando que “os policiais realizam o trabalho através do policiamento ostensivo a pé, em motocicletas, automóveis e tantas outras formas, para proporcionar segurança à comunidade, de acordo com as especificidades locais”.
A Polícia Civil, por sua vez, afirmou que a viatura da PM teria enfrentado problema mecânico no domingo (6) à noite, e os militares transportados em viaturas da PC nos dois dias seguintes, período necessário para o conserto. “Lembrando que são cidades pequenas e com prédios próximos, então a PC acabou auxiliando a PM no atendimento à população, porque é um ato de extrema solidariedade que objetivou o atendimento à população”, afirma o diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Lupércio Degerone Lúcio.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Corpo de Bombeiros, que no prazo de 48 horas, ainda não se pronunciou sobre o assunto. O espaço continua aberto para futuro esclarecimento. Fonte midiamax
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