No Dia da Água, Imasul inicia maior projeto de recuperação ambiental do Brasil nas cabeceiras do rio Taquari
O diretor presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, assinou na tarde de terça-feira (21) o Termo de Emissão de Posse de uma área de 2.765 hectares que pertenciam à Fazenda Continental e que foram anexados ao Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, localizado na região Norte do Estado. Nesse local se inicia formalmente nessa quarta-feira (22), Dia Mundial da Água, o maior projeto de recuperação ambiental do Brasil em unidades de conservação que compreende o plantio de mais de 1 milhão de mudas de espécies nativas do Cerrado.
A aquisição da Fazenda Continental representa um avanço significativo na regularização fundiária do Parque e um passo fundamental para concretizar o amplo projeto de conservação do rio Taquari, um emblemático caso de degradação ambiental que vem mobilizando esforços do Governo do Estado e da sociedade em sua restauração. “O Parque simboliza o empenho e o compromisso do Governo do Estado na recuperação e conservação do Rio Taquari. É um projeto de longo prazo, muitas ações já foram e estão sendo realizadas, sobretudo na parte alta da bacia hidrográfica, exatamente para evitar o carreamento de sedimentos que causam o assoreamento e degradação do rio”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
O termo de posse da Fazenda Continental encerra um longo processo de negociações para aquisição definitiva do imóvel e sua anexação ao Parque. O diretor presidente do Imasul explica que o próximo passo será a restauração do solo degradado com a construção de terraceamentos para, em seguida, executar o plantio das mudas. A área tem importância ambiental porque estão ali as nascentes de dois córregos tributários do rio Taquari, Garimpinho e Garimpeiro. E concentra um conjunto de 39 voçorocas que despejam toneladas de sedimentos no rio, por isso a primeira ação será conter esse processo, disse Borges.
Das 2.765 hectares adquiridas, cerca de 1.300 estão com solo degradado pelo uso intensivo da pecuária e precisam ser restaurados. O fiscal ambiental Rômullo Oliveira Louzada é o técnico responsável pelo projeto. Ele explica que na região de voçorocas, o procedimento indicado é desviar o curso dás águas para cessar o processo e depois semear espécies de gramíneas que farão a contensão e adubação do solo. Enquanto isso, em parcerias com empresas que têm passivos ambientais a compensar, serão feitas as técnicas de conservação do solo na área restante, num prazo de 6 anos. Na medida em que os trabalhos avançam, o plantio das espécies nativas é feito em seguida.
O Imasul busca empresas parceiras para fornecimento das mudas e execução do plantio. “Já temos tratativas com algumas empresas que demonstraram interesse. O primeiro e mais importante passo já foi dado, que é a aquisição da área”, frisou Borges.
Pela grandiosidade do projeto, o Imasul quer transformá-lo num importante laboratório de pesquisas para mensurar o processo de sequestro de carbono a ser obtido e outros experimentos científicos, como o comportamento do solo mediante diferentes técnicas de conservação. Nesse sentido, já foi firmado um acordo de cooperação técnica com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias).
O Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari foi criado em 1999 e partiu da iniciativa da comunidade de Costa Rica para proteção das nascentes do, preocupada com a acelerada degradação dos rios que formam a Bacia Hidrográfica, uma das mais importantes do Pantanal. A Unidade de Conservação abrange partes dos municípios de Alcinópolis e Costa Rica e possui 30.618 hectares no total, formando um importante corredor ecológico entre cerrado e Pantanal. Dessa área, 6,6 mil hectares precisam ser recuperadas e 24 mil hectares estão cobertas com vegetação nativa.
Além do tesouro biológico que o Parque guarda, estão ali também importantes sítios arqueológicos que registram vestígios de peaberus, antigas rotas do povos originários datadas de 11 mil anos atrás e ainda inscrições em cavernas, pinturas rupestres e petróglifos de antigas fases da ocupação humana na região. fonte www.imasul.ms.gov.br
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