Bloqueio de caminhoneiros gera desabastecimento, alta e corrida aos postos
A paralisação dos caminhoneiros, que ingressa hoje no 4º dia, já gera desabastecimento nos postos de combustível em Mato Grosso do Sul, aumento nos preços e uma corrida dos consumidores aos pontos de vendas. Na tarde de ontem alguns postos de Dourados já estavam sem gasolina, enquanto outros anunciavam estoque suficiente somente para as próximas horas. Uma revendedora que iria inaugurar em Dourados teve que adiar o início dos trabalhos e está sem previsão de funcionamento.
Nas redes sociais consumidores reclamaram da alta e afirmaram que num dos postos o valor saltou de R$ 4,30 para R$ 4,90. A pesquisadora Joice Santos percorreu revendedoras na tarde de ontem em busca do melhor preço. Ela disse que num dos postos a alta na gasolina ocorreu em questão de horas. Conforme ela, saiu de R$ 4,39 (pela manhã) para R$ 4,65 (na tarde de ontem).
A consumidora também disse que o frentista de um outro posto anunciou que a partir de hoje o litro da gasolina passaria a custar R$ 5,50 se tivesse combustível. Como precisava abastecer ela preferiu optar pela promoção de um posto de combustível que cobrava R$ 4,49 o litro, desde que o pagamento fosse no dinheiro.
No início da tarde de ontem também havia postos de combustível na promoção do aplicativo Beblue com 20% de crédito. O fato também atraiu muitos consumidores e corre corre. No último dia 17 a Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustível (ANP) tinha anunciado preço mínimo de R$ 3,89 o litro e o preço médio de R$ 4,23.
De acordo com Edson Lazarotto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro),as distribuidoras estão em alerta porque não conseguem fazer chegar o produto na base. Conforme ele, até a manhã de ontem, havia a informação de que a cidade de Caarapó estava totalmente desabastecida.
Ele também disse que de maneira geral não houve aumento nos postos de combustível em MS, nos últimos dois dias, apesar da alta no Brasil em que o preço da gasolina já custa R$ 8,99 o litro em alguns estados como Pernambuco.
Também informou que diferente de aeroportos nacionais que já anunciam risco de cancelamento de vôos, o Estado de MS segue ainda sem esse problema. Em Dourados, até a tarde de ontem nenhum vôo havia sido prejudicado.
A greve continua por tempo indeterminado e tem impactado todos os setores da economia como num efeito dominó. Em Dourados a Tauros Petróleo, maior distribuidora regional de combustível no Estado, está com caminhões parados nas estradas, assim como a Donana Alimentos. A Seara Dourados, do grupo JBS, anunciou aos funcionários que não haverá abate de suínos, por pelo menos, nos próximos três dias.
ACED
A Associação Comercial e Empresarial de Dourados enviou nota de apoio a manifestação dos caminhoneiros. “Entendendo a importância do setor de transportes para a economia, a ACED apoia a mobilização dos profissionais desta área contra os constantes aumentos nos preços do diesel.
A associação entende que a alta carga tributária que incide sobre o produto, afeta direta e indiretamente empresários dos mais diversos setores, em especial na nossa região que é polo na área do comércio, indústria e produção agropecuária. Acreditamos que o desenvolvimento econômico acontece com comércio forte e condições aos empresários de oferecer produtos e serviços competitivos”.
Um dos pontos de manifesto dos caminhoneiros em Dourados, está localizado no Trevo da Bandeira, entroncamento da avenida Hayel Bon Faker com a BR-163.
Fonte: DouradosAgora.
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