Câmera no jeito: florada de ipês faz alegria dos fotógrafos de plantão
Está aberta a temporada de floração dos ipês, com suas copas coloridas e tapetes de pétalas rosas que levam a gente a “virar o pescoço” para admirar a perfeição da natureza. Suas flores enfeitam Campo Grande, fazem a alegria dos fotógrafos de plantão e ainda têm papel primordial no aprimoramento genético dessa “frágil” e sobrevivente espécie.
É nessa época de frio e seca, entre junho e setembro, quando as folhas caem, que as flores dos ipês começam a embelezar as ruas da cidade. Cada espécie em um período diferente: começa com o rosa e, na sequência, vem o roxo, branco e amarelo.
São diversas árvores espalhadas pelas cidade, cenário perfeito para uma simples selfie, um click embaçadinho mesmo ou aquele registro mais técnico, que vai ilustrar os milhares de posts no Instagram, Facebook, etc. Os profissionais aproveitam o momento para usar e abusar das lentes na suas mais variadas configurações.
Jean Fernandes, 40, é jornalista especialista em meio ambiente. Durante dez anos participou de um projeto socioambiental no Pantanal e, de tanto conviver com pesquisadores e técnicos, passou a entender melhor os ciclos da natureza.
“Campo Grande tem um cenário incrível para fotografar, como nenhuma outra capital. Somos felizes aqui, porque temos prédios, construções, concretos, mas também o verde e o exuberante colorido dos ipês. Há uma estratégia da natureza e de quem plantou essas árvores, que torna nossa cidade única”, ressalta.
Jean diz que fotografia agora é hobby, não mais uma atividade profissional, mas sempre que pode dá aquele conselho de um “expert”.
“Deixe uma câmera ou um celular sempre no jeito, porque a beleza do ipê é muito efêmera, justamente por ser uma espécie frágil. Pare, estacione, perca dez minutinhos de seu tempo, chegue atrasado a um compromisso, mas não deixe de tirar foto, porque no dia seguinte essa beleza toda pode não mais estar lá. Já aconteceu comigo”, lamenta.
Fragile we are – A professora de anatomia vegetal, Rosani do Carmo de Oliveira Arruda, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) explica que o ipê é uma árvore extremante sensível e que o período de florada é o ideal para o fortalecimento da espécie.
As sementes do ipê têm uma certa dificuldade em germinar porque, em muitos casos, o embrião da espécie não está pronto. Podemos dizer que o ipê é um sobrevivente e que vivemos numa cidade privilegiada por abrigar tantos exemplares, sendo fundamental a conscientização da população para o cuidado com essas árvores”, diz.
O ipê, complementa a pesquisadora, depende da polinização feita por pássaros, insetos, vento, para que haja uma diversidade genética e a perpetuação de plantas mais resistentes, adaptáveis a contratempos ambientais como ataques de fungos e intempéries climáticas.
Por ser bastante bastante delicado, essa árvore busca sobreviver com características cada vez mais resistentes, fazendo uma seleção natural.
E olha como a natureza é perfeita: a espécie desenvolveu peculiaridades nas cores, aromas, nervuras e consistências para atrair seus polinizadores.
“As flores do ipê conseguem refratar a luz solar de uma maneira só percebida por insetos e pássaros, como araras e periquitos, que se nutrem do néctar, das pétalas, sépalas e propagam suas sementes”, detalha.
É muita perfeição. Se você tem uma foto super bacana de ipê rosa, tirada neste ano, mande para o Campo Grande News, pelo Direto das Ruas, no WhatsApp pelo número (67) 99955-2040, pela ferramenta Fale Conosco ou por mensagem enviada via Facebook.
Fonte: Campo Grande News.
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