Sem leitos, 80 pacientes esperam transferência em postos de saúde
Para diminuir impacto, Pasta tenta convênio com o Hospital do Pênfigo.
Sem leitos nos hospitais públicos de Campo Grande, 80 pacientes esperam em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e em Centros Regionais de Saúde (CRS) vagas para serem transferidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) essa era a realidade dos dez postos 24h que atendem a demanda de Campo Grande na tarde de sexta-feira.
O Correio do Estado vem mostrando a situação de abandono do Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital, onde pacientes são deixados no chão dos postos esperando atendimento, ficando apenas em cima de pranchas, sem macas. Mas além da falta de acomodações, a falta de leitos nos hospitais prejudica o amplo funcionamento das UPA’s e CRS’s. Os três maiores hospitais da cidade, Santa Casa, Hospital Regional (HR) e Hospital Universitário (HU), recebem apenas os casos que foram encaminhados pela Central de Regulação e em caso de lotação, apenas os pacientes chamados Vaga Zero, ou seja, quando não podem recusar.
Uma parte da demanda dos pacientes acabam sendo absorvidas pelos postos de saúde 24h, mas sem a transferência ocorre a superlotação e consequentemente a falta de leitos nas unidades.
De acordo com a administração municipal, as seis UPAs e quatro CRSs somam 234 leitos, divididos em masculino, feminino, pediátrico, emergência, sala de hidratação e quarto individual. A Sesau informou que somente na emergência são 32 leitos de observação. A quantidade não é suficiente e a administração municipal espera aumentar seis leitos no CRS do bairro Aero Rancho.
Um malabarismo tem sido feito nas unidades de saúde da cidade para conseguirem acomodar os pacientes. Conforme o HU, duas macas estão retidas em postos de saúde, sendo uma no UPA Universitário e outra no UPA Moreninhas. No hospital, o pronto socorro tem 18 leitos adultos, mas ao todo tem 34 pacientes internados, ou seja, 16 pacientes a mais. Por meio da assessoria o HU informou que utiliza macas como leitos.
“As macas são usadas como leitos improvisados apenas quando todos os leitos fixos e sobressalentes (que pegamos emprestado em outros setores) estão ocupados. As macas são utilizadas/retidas em situações eventuais e para não colocarmos os pacientes no chão”, destacou.
A Santa Casa emprestou 10 camas e macas, que estavam sem uso, para a Prefeitura de Campo Grande e de acordo com a Sesau, estão sendo entregues 22 carros macas que irão auxiliar no atendimento de pacientes de urgência e de forma paliativa resolver o problema da retenção de macas.
Segundo a Santa Casa, no pronto-socorro são seis leitos com ventiladores na área vermelha, sete com ventiladores na amarela e seis leitos normais na verde. Nesta sexta-feira à tarde, as áreas vermelha e amarela estavam lotadas. A verde tinha 10 pacientes, ou seja, quatro a mais.
MACAS
Um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros apontou que, entre os dias 26 de setembro e 25 de outubro de 2018, houve 102 casos de retenção de macas, sendo o tempo mínimo de espera de 30 minutos e o máximo de até 12 horas.
Conforme o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), todos os dias do ano, ao menos, quatro das 13 ambulâncias ficaram em baixa, ou seja, sem funcionar por problemas técnicos. Além disso, o problema para o transporte de pacientes é a retenção de macas. Na manhã desta sexta-feira, apenas quatro ambulâncias básicas estavam atendendo à demanda da cidade. Três estavam na oficina e três ficaram sem macas. “Nós fazemos o protocolo de maca presa e, dependendo do tipo da ambulância, ela fica para prestar atendimento sem transporte de passageiros. Vai para o local, presta os primeiros socorros, mas não transporta. Tem que mandar outra viatura”, explicou a coordenadora do Samu, Vânia Esteves Silva.
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