Nota de Esclarecimento: Fundação Hospitalar de Costa Rica esclarece demissão de médico
A FHCR – Fundação Hospitalar de Costa Rica – MS em nome da sua diretoria geral Fernanda Berigo vem a público esclarecer a demissão do médico Murilo Duarte Carmo.
O médico Murilo Duarte Carmo foi contratado pela Fundação Hospitalar de Costa Rica no 16 de março e realizou seu primeiro plantão no hospital no dia 21 de mar de 2020, sendo desligado no dia 31 de março do mesmo ano, antes mesmo de completar um mês trabalhando na unidade hospitalar.
A FHCR confirma que o médico teve todos os seus direitos assegurados e pagos integralmente.
Com relação ao vídeo recentemente divulgado pelo médico ao site de notícias Campo Grande News, onde ele estaria denunciando desrespeito ao protocolo do Coronavírus, após morte do senhor S.N.L, de 58 anos, o que não é verdade, a diretoria da Fundação Hospitalar esclarece que a demissão do referido médico não foi por ato isolado sobre postagem do vídeo, mas sim por se tratar de uma contratação recente, e que mediante ao alto número de reclamações da equipe de trabalho e em decorrência da sua desídia, conforme listado abaixo a diretoria do hospital achou por bem fazer o desligamento.
O que pesa também sobre ele é o descumprimento de horário em uma escala de pronto atendimento de urgência e emergência, tal falta que não é admitida no hospital.
A diretoria do hospital esclarece que a demissão do médico ocorreu devido a vários fatores, conforme relatos abaixo:
ÓBITO
• Na madrugada do dia 21 de março de 2020, a 00h57, o paciente S.N.L, de 58 anos deu entrada na Fundação Hospitalar de Costa Rica sendo atendido por outro médico plantonista que colocou em seu prontuário como diagnostico principal gastrite e interrogando para hepatite. O paciente foi medicado e liberado de alta hospital;
• Mas, o paciente retorna no mesmo dia (21/03), às 08h57 no hospital onde foi consultado pelo médico plantonista Dr. Murilo que estava no seu primeiro plantão. S.N.L relatou dor abdominal há mais ou menos três dias, o mesmo foi novamente medicado e liberado pelo médico plantonista;
• Já no seu segundo plantão realizado na Fundação Hospitalar no dia 22 de março de 2020 (domingo), aconteceu o óbito do senhor S.N.L, de 58 anos. Diante do ocorrido, Dr. Murilo solicitou a presença da médica coordenadora do CMPEC – Comitê Municipal de Prevenção e Enfretamento ao Coronavírus – Dra. Vanessa Piovesan que foi acompanhada da diretoria do hospital Fernanda (ambas já estavam na unidade), quando Dr. Murilo passou o quadro clínico do paciente para Dra Vanessa e no momento foi indagado sobre os sinais e sintomas do paciente quando o médico relata a ausência de febre, quadro gripal e nega viagem nos últimos 14 dias e/ou contato que poderiam ser casos suspeitos. Relata ainda que o mesmo paciente tinha sido consultado por ele anteriormente com quadro de dor abdominal difusa;
• Diante do relato do médico Dr. Murilo em relação ao quadro clínico do paciente, a médica responsável seguiu todos os protocolos da OMS – Organização Mundial de Saúde – onde não foi confirmado nenhum indício de suspeita de Covid-19, ou seja, não haviam sinais e nem sintomas que levassem a suspeita do vírus;
• Em seguida, a médica Dr. Vanessa, o médico assistencial Dr. Murilo e a diretora da Fundação Fernanda foram conversar com a família do paciente para realizar o protocolo de investigação adotado pelo CMPEC para descartar por definitivo a possibilidade de suspeita de Coronavírus, onde todas as respostas da família descartavam a suspeita do vírus;
• Por fim foi comunicado a família sobre o óbito e feito todos os esclarecimentos pertinentes sobre o caso, inclusive o médico Dr. Murilo informa a família que estava descartando a possibilidade de suspeita de Covid-19.
DEMISSÃO
• Conforme relato da médica responsável pela elaboração da Escala de Plantão Dr. Raissa à diretora da Fundação, no domingo, 29 de março de 2020, o médico iniciaria um plantão às 7h00, porém, o mesmo enviou sete mensagens na madrugada de domingo, das 01h41 às 01h44 para a médica, porém, apagou todas e já por volta das 04h46 fez uma ligação pelo WhatsApp e seguiu enviando mensagens de texto a partir das 04h50 onde dizia: “meu carro não abre, deu pane elétrica”; “desde ontem”; “fui pegar roupa e não abre”; “tem alguém para fazer hoje”; “cubro o dia que for”;
• O médico seguiu enviando várias mensagens de texto e áudio (que tinham uma voz embaralhada e desconexas com a realidade) para a colega médica com o intuito de justificar o seu não comparecimento no plantão do hospital onde ele estava escalado para às 7 horas de domingo (29/03);
• Já conforme relato da enfermeira chefe de plantão Rosana, ao chegar o horário de troca do plantão médico o Dr. Murilo ainda não havia se apresentado para assumir a escala e diante disso Rosana fez várias tentativas de contato por telefone, porém sem sucesso. Diante disso a mesma ligou para a Dra. Raissa relatando a ausência do profissional;
• Dra Raissa, por sua vez, relatou à Rosana que o médico entrou em contato com ela e que para ele assumir o plantão seria necessito alguém ir busca-lo no hotel;
• Diante disso, a enfermeira Rosana entrou em contato com o RH do Hospital para relatar o fato, uma vez que, não é protocolo da unidade ir buscar médicos para trabalhar. Ainda assim, para não ficar sem profissional médico no plantão e garantir o atendimento dos pacientes, a Fundação Hospitalar chamou o taxista Izonel para que fosse buscar o médico Dr. Murilo no hotel Ives;
• Dr. Murilo assumiu seu plantão por das 08h30 do domingo (29/03) e encerrou às 19h00;
Fernanda Berigo
Diretora Geral da Fundação Hospitalar de Costa Rica
Comentários