Deputado Amauri Ribeiro, considerado bolsonarista, respondeu a declaração de deputado do PT. (Maykon Cardoso Alego/Arquivo)

Deputado bolsonarista diz que ‘deveria estar preso’ por financiar acampamento golpista

O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) disse na terça-feira (6) que “também deveria estar preso” por financiar acampamento bolsonarista com integrantes contrários ao resultado das eleições.

Em discurso na Assembleia Legislativa de Goiás, o parlamentar afirmou que, além de dar dinheiro a manifestantes favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro, participou de um acampamento e levou comida e água.

Então, no discurso, o deputado respondeu a uma declaração do colega Mauro Rubem (PT), que anteriormente havia defendido a punição daqueles que estimularam atos antidemocráticos.

O parlamentar bolsonarista também se referia à prisão do coronel Benito Franco, ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas). O policial acabou preso pela Polícia Federal em abril, na décima fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

“A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem desse Estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada Eu também deveria estar preso, respondendo ao senhor deputado Mauro Rubem”, disse, irônico.

“Eu ajudei a bancar quem estava lá Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro, eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota”.

Ribeiro acrescentou que o dinheiro para financiar os protestos contra o resultado das eleições, atribuídos a movimento bolsonarista, “não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação e que defende esse país e que não concorda com o governo corrupto e bandido”.

PF investiga financiadores dos atos golpistas
A Polícia Federal deflagrou uma investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro com foco nos executores, financiadores, incitadores e organizadores dos ataques.

Em 23 de maio, a corporação abriu a 12.ª fase da Operação Lesa Pátria. A ação focou em agentes que teriam se omitido no controle de manifestantes extremistas em Brasília. A 11.ª fase, no início do mês passado, mirou sobretudo em financiadores, entre eles empresários e produtores rurais.

Dessa forma, durante as diligências, os investigadores apreenderam um verdadeiro arsenal –havia cinco armas na casa de um só alvo, em Mato Grosso do Sul. Na residência de um investigado de Bauru, no interior paulista, a PF apreendeu R$ 48.850 e US$ 142.600– o equivalente a R$ 704.444.

Além da PF, uma CPMI no Congresso e uma CPI na Câmara Distrital, em Brasília, investigam os ataques antidemocráticos atribuídos, a princípio, a grupos de orientação bolsonarista.

Reprimenda do partido a deputado bolsonarista
Em entrevista à CNN, o presidente do União Brasil e deputado federal Luciano Bivar (PE) afirmou que submeterá o caso à análise da direção nacional do partido. Dessa forma, a intenção é que o correligionário sofra alguma repreensão.

“Fomos surpreendidos com essa inominável declaração”, disse Bivar. “O União repudia veementemente qualquer ato ou manifestação que agrida a democracia”. fonte midiamax