Jornalista sofre injúria racial em estádio durante jogo do Coritiba: “Não foi a primeira vez”
Mais uma vez um caso de racismo foi relatado no futebol paranaense. Desta vez, foi no último domingo (28) (04) (2024), na vitória do Coritiba por 1×0 sobre o Brusque, no Couto Pereira, pela segunda rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. A vítima foi o repórter fotográfico Franklin de Freitas, que trabalha no Bem Paraná e também é presidente da Associação dos Repórteres e Cinematográficos do Paraná (Arfoc-PR).
A situação ocorreu no intervalo da partida, enquanto Franklin se deslocava de um lado do campo para o outro e pelo caminho tirava fotos de torcedores no setor Pro Tork. Em determinado momento, ele foi surpreendido ao ser chamado por uma pessoa de “preto filho da puta”.
“Não foi a primeira vez, talvez nem seja a última, mas aconteceu esse fato lamentável. Quando terminou o primeiro tempo eu estava fotografando o ataque do Coritiba, eu estava indo para o outro lado, tirando fotos dos torcedores no setor Pro Tork, e esse cidadão falou um palavrão alto, olhei meio estranho e aí ele falou ‘você mesmo, seu preto filho da puta”‘. Eu rapidamente chamei o segurança mais próximo, ele prontamente buscou o supervisor e nisso o cidadão virou as costas e saiu correndo”, relatou ele, em entrevista à Banda B
Torcedor do Coritiba já foi identificado
Na manhã desta segunda-feira (29) (04) (2024), Franklin de Freitas recebeu uma foto, na qual é possível identificar o torcedor que cometeu a injúria racial. Ainda durante o jogo, o fotógrafo registrou o boletim de ocorrência na Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) e o departamento jurídico do Coritiba se colocou à disposição para ajudar no caso.
Segundo Luiz Carlos de Oliveira, delegado da Demafe, o torcedor será indicado por injúria racial e pode pegar uma pena de até cinco anos de prisão.
“Vamos indiciá-lo por injúria racial. Lamentavelmente, ainda existe esse tipo de ignorância, tendo em vista que no ano passado foi colocada em vigor a lei que equipara a injúria racial ao racismo, e a pena se tornou mais severa, de dois a cinco anos de prisão. Essa pessoa identificada, vamos chamá-la até a delegacia. Se ele não se apresentar, vamos solicitar a prisão preventiva”, afirmou o delegado.
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