Mandetta é demitido do Ministério da Saúde
Depois de 1 ano e 3 meses no cargo de ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde desta quinta-feira (16). A crise entre o agora ex-ministro e o presidente se intensificou nos últimos dias em razão de divergências no posicionamento a respeito do combate à pandemia do novo coronavírus.
Mandetta anunciou, no twitter, sua demissão após encontro com o presidente. O sul-mato-grossense agradeceu ao trabalho de sua equipe e falou sobre o futuro do sucessor. O oncologista e empresário Nelson Teich deve ser anunciado pelo presidente como o novo comandante da Saúde do país.
“Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”.
Crise
As divergências entre posicionamento de Mandetta e Bolsonaro quase o fizeram deixar o Ministério na semana passada, quando Bolsonaro decidiu pela saída dele. Na ocasião, ala militar do Palácio do Planalto aconselhou o presidente que não efetivasse a saída de Mandetta.
A partir daí, o ministro deu várias declarações que só sairia do ministério se ficasse doente ou se fosse demitido. No último domingo, a crise novamente se intensificou após entrevista concedida por Mandetta à Rede Globo.
Nela, o ministro criticou posicionamento do presidente Bolsonaro, afirmando que os brasileiros acabaram tendo dois discursos para seguir e que precisavam de unificação. Prevendo a demissão do chefe, braço direito de Mandetta, Wandeson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde, pediu saída do cargo nesta quarta, no entanto, o então ministro não aceitou a saída de Vanderson. “Vamos trabalhar juntos e sair juntos”, disse o ministro.
Agora, a expectativa é que os integrantes de cargos de chefia, o considerado “primeiro escalão” do ministério indicados por Mandetta também saiam dos cargos.
Mandetta
Ex-deputado federal por Mato Grosso do Sul, Mandetta é médico ortopedista por formação e esteve à frente da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande de 2005 a 2010.
Filiado ao DEM, Mandetta foi eleito deputado federal em 2010 e 2014. Nas eleições de 2018, Mandetta não concorreu e desde a campanha presidencial de Jair Bolsonaro era apontado como o futuro chefe do Ministério da Saúde. Situação que se consolidou desde os primeiros anúncios de Bolsonaro sobre seu primeiro escalão.
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