MP nega quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e diz investigar 27 deputados
O procurador-geral do Rio, José Eduardo Gussem, negou nesta segunda-feira (21) que tenha havido a quebra dos sigilos financeiro e bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) durante o curso das investigações. Ele afirmou ainda que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública, enviou espontaneamente ao MP a documentação sobre Bolsonaro. A promotoria analisa movimentações atípicas identificadas pelo Coaf em uma conta de Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia dos Deputados do Rio)
Durante entrevista a jornalistas, Gussem afirmou que os 27 deputados estaduais citados pelo Coaf são investigados na esfera cível, por movimentação de dinheiro público. Ele não confirmou se algum dos deputados também é investigado criminalmente. O procurador-geral do estado evitou falar sobre a paralisação nas investigações conduzidas pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), depois de uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) na última sexta (17). Gussem iniciou o pronunciamento negando que o MPRJ trabalhe com qualquer motivação política. “O MP não tem vinculação com qualquer segmento político. Esse material chegou as nossas mãos a partir da Operação Onça. O Coaf, espontaneamente, encaminhou a nós 422 páginas, com centenas de pessoas citadas e mencionadas. Cabe a nós e à Procuradoria Geral de Justiça analisar cada elemento aqui dentro”, afirmou
Gussem disse ainda que, independentemente dos rumos que a investigação tomar, o MP-RJ vai solicitar à presidência da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) a implantação de um novo sistema de transparência. “É necessário mostrar a total falta de transparência que existe hoje no Rio de Janeiro. A Alerj, em sua página de transparência, não mostra quem são os servidores vinculados a cada gabinete. Isso aumenta ainda mais o nosso trabalho”, reclama Gussem. Ele conta que em agosto de 2018 sugeriu um novo sistema para exibir tudo que diz respeito à Alerj. Com a nova legislatura, o MP vai encaminhar uma recomendação –que é mais forte que mera sugestão. “Não tem cabimento que Câmaras de Vereadores e a Alerj caminhem nessa obscuridade.” afirmou
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