PM que morreu e teve corpo devorado pelos próprios cães vivia isolado após luto por morte do filho, diz polícia
O policial militar aposentado que teve o corpo devorado pelos próprios cães após morrer em uma chácara em Pirenópolis, no entorno do Distrito Federal (DF), morava sozinho na propriedade rural e mantinha seis cachorros como companhia, segundo relatou ao Terra o delegado Tibério Martins.
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“A chácara onde ele residia é de difícil acesso, afastada da cidade, sem vizinhos próximos. Clédio vivia isolado, e seus amigos notaram sua ausência nos últimos dias, o que os levou a iniciar a busca por ele”, explicou o delegado
Martins relatou que o último contato de Clédio Vilela Cardoso, de 53 anos, com sua família foi no dia 10 de abril, durante a noite, através do telefone celular. Após esse período, não conseguiram mais contato com ele, o que levantou preocupações sobre seu paradeiro. Ao procurá-lo em sua chácara, encontraram seu corpo na varanda da casa no fim de semana, 21.
“O corpo estava caído ao lado de uma mesa, onde havia um caderno com algumas anotações que ele havia feito e a chave do carro. As luzes estavam acesas, o que sugere que o incidente ocorreu durante a noite. Provavelmente, ele sofreu um mal súbito e caiu da cadeira ao lado da mesa. Não há nenhuma evidência de violência no local, não tem sangue no chão e nada foi levado da residência”, detalhou o delegado.
De acordo com a autoridade policial, com a morte do PM os cachorros de Clédio estavam sem comida há semanas. “Os cachorros ficaram sem alimentação por muito tempo e passaram a sentir muita fome, então eles devoraram o corpo do dono em razão da fome. Acreditamos que por não ter marcas de sangue no local, o corpo foi devorado alguns dias depois da morte, porque dessa forma já estaria todo coagulado, já estava um corpo enrijecido provavelmente”, explicou Martins.
Apesar da ausência de sinais de violência na cena do crime, a perícia irá determinar a causa da morte e o tempo decorrido desde o falecimento. “Vamos analisar o material coletado no local, incluindo a caixa craniana, para estimar o tempo da morte. Também examinaremos se há sinais de violência externa”, afirmou o delegado.
Clédio, que tinha 50 anos e estava na reserva da Polícia Militar, enfrentava dificuldades desde a perda de seu filho em um acidente em 2019. “Ele passou a ter problemas de saúde mental após a morte do filho e vivia recluso na chácara”, acrescentou o delegado.
As investigações ainda estão em andamento, porém, até o momento, tudo indica que a morte foi causada por motivos naturais. “Vamos apurar todos os detalhes para descartar a participação de terceiros. Mas, tudo indica, até o momento, que foi realmente morte natural”, concluiu Martins.
Fonte: Redação Terra
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