Protesto de caminhoneiros causa desabastecimento

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informa que as paralisações já causam desabastecimento nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário. A entidade ressalta que também carnes e produtos industrializados, que levam proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas comprometidas pelos atrasos no reabastecimento. Em nota, a diretoria da Apas faz um apelo para que as negociações entre governo federal e caminhoneiros tenham resoluções imediatas para que a “população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica”.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) encaminhou na quarta-feira (23) uma correspondências à Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Segurança Urbana e SPTrans manifestando preocupação com a possibilidade de o transporte por ônibus na cidade de São Paulo ser afetado, a partir de hoje (24) pela paralisação dos caminhoneiros. O sindicato patronal afirma que das 14 empresas concessionária, oito estão com reservas de diesel suficientes para uma operação parcial nesta quinta-feira (24). As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em estoque é suficiente para manter a operação até esta sexta-feira, dia 25.

Além das empresas concessionárias, operam na cidade outras 12 empresas permissionárias. O sistema conta com quase 14 mil ônibus, que rodam cerca de 4 milhões de quilômetros por dia, transportando aproximadamente 6 milhões de passageiros, em 10 milhões de viagens diárias. Mensalmente, são necessários cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel para abastecer os ônibus municipais.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos do país, também demonstrou preocupação com os reflexos da paralisação dos caminhoneiros, afirmando que já existe reflexos na comercialização de produtos.

Em nota, a Ceagesp, informou que na quarta-feira (23) começaram os reflexos na entrega de produtos de outros estados, como manga e mamão, provenientes da Bahia e do Espírito Santo, o melão do Rio Grande do Norte, a melancia de Goiás e a batata do Paraná. O empresa ressalta que produtos provenientes do interior paulista (verduras e legumes) ainda não sofreram atrasos, advertindo que os que permitem estocagem (maçã, pera, abóboras, coco verde, alho, cebola) podem ter desabastecimento no médio e longo prazo.

A paralisação já provoca alta nos preços, como batata. “Da mesma forma que a oferta apresenta problemas, a demanda também está prejudicada. Compradores que carregam para outros estados, não estão realizando negócios”, ressalta o entreposto.

Fonte: Agência Brasil