Rio Taquari no Pantanal de MS é tema de discussão da COP-27 no Egito
A bacia do Rio Taquari, no Pantanal, foi tema de discussão, nesta segunda-feira (14), no painel Mercado de Carbono e Ativos Ambientais da Conferência sobre as Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP-27), realizada no Egito.
O assoreamento do Taquari é considerado por especialistas um dos maiores desastres ambientais do Brasil. Segundo os profissionais, o rio só será recuperado se houver ações contínuas.
O Rio Taquari nasce no extremo sul de Mato Grosso e percorre boa parte do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, desaguando no Rio Paraguai. O rio tem quase 850 km de extensão. A situação mais grave e preocupante é na região de Corumbá, onde quase 100 km estão completamente secos. No local, onde deveria correr água, tudo o que se vê é uma estrada de areia.
O acúmulo de sedimentos no fundo do rio já dura mais de 30 anos e é provocado pela exploração do Cerrado, como explica o diretor-executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe.
“O produtor rural naquela época, há quase trinta, quarenta anos atrás, usou o que se tinha de conhecimento na época para abertura dessas áreas, sem se atentar que essas áreas eram muito mais frágeis que as áreas do Cerrado. Por tanto, apontar os responsáveis por isso é muito difícil. Foi um processo histórico de ocupação que acabou gerando os problemas que nós vemos hoje no Rio Taquari”, detalha Roscoe, que participou da COP-27.
Estudos do MapBiomas revelam a situação no local. “Um estudo MapBiomas esse ano revelou que 43% das áreas de preservação permanente do Planalto, que são as áreas em torno de nascentes e de rios, já foram antropizadas, convertidas para agricultura e pastagem”, detalha a membro da equipe MapBiomas Pantanal, Mariana Dias.
Quem vive e cuida da região sente os impactos do problema ambiental. “O Rio Taquari realmente nos entristece pelo acontecido, penalizando a gente pantaneira, a gente do Taquari, a economia daquele lugar, das fazendas e, com certeza, uma perda de biodiversidade irreparável”, comenta o presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo.
Especialistas alertam que são necessárias ações contínuas para a recuperação de toda a área degradada. “Restauração das áreas de mata ciliar e das nascentes, ou seja, restauração da vegetação nativa nessas áreas e a recuperação das pastagens, com a inclusão de estruturas de conservação de solo, mas isso só vai acontecer se nós tivermos um grande esforço de toda a cadeia para que tudo isso aconteça.
Ou seja, governos, produtores, iniciativa privada, organizações não governamentais, ou seja, todos juntos fazendo com que esse esforço que é muito grande aconteça na região”, destaca o diretor-executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe. fonte ediçãoms
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