
Tarifaço de Trump derruba bolsas de valores e preços de ações despencam em todo o mundo
Logo após a abertura, o índice Dax na Alemanha caiu quase 10%, enquanto o FTSE 100 em Londres teve uma redução de quase 6%.
Na China, o Shanghai Composite caiu mais de 8%, enquanto em Hong Kong o Hang Seng despencou 13% — o pior resultado em 28 anos.
As perdas das últimas horas seguem as quedas globais já registradas na semana passada.
A jornalista Mariko Oi, correspondente de Economia da Ásia da BBC News, classifica esta como “uma das maiores liquidações contínuas” que ela já viu em 20 anos de cobertura dos mercados de ações asiáticos.
Os índices futuros Dow Jones, dos EUA, também caíram acentuadamente, o que sugere uma queda importante em Wall Street quando o mercado americano abrir nas próximas horas.
Em falas recentes, Trump defendeu sua política de tarifas. Ele disse a repórteres que “às vezes você precisa tomar um remédio para consertar algumas coisas”.
As quedas nos mercados asiáticos
Os principais mercados de ações da Ásia caíram em todos os setores.
A bolsa de Hong Kong teve o seu pior dia em 28 anos, com uma queda de 13,22%.
Este é o pior índice desde a crise financeira asiática de 1997, segundo a AFP.
A situação de momento na Europa
O índice de ações Dax da Alemanha caiu quase 10% no início do pregão, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido teve uma redução de quase 6%.
Já o índice Cac 40 da França está registrando queda de 7%.
As ações de empresas de Defesa e do setor bancário tiveram algumas das maiores quedas até agora na Europa.
Na Alemanha, a fabricante de tanques Rheinmetall caiu quase 24%, enquanto no Reino Unido as ações da Rolls-Royce afundaram 12%.
As ações de Defesa subiram no início deste ano com as perspectivas de maiores gastos dos governos europeus.
Entre os bancos ingleses, as ações do Barclays caíram 8%, enquanto o NatWest teve uma diminuição de 7%.
Na Alemanha, o Commerzbank e o Deutsche Bank despencaram cerca de 10%.
Mas quase nenhuma empresa está escapando da liquidação das ações.
Preço das commodities também está em baixa
Enquanto todo o foco está nas quedas dramáticas do mercado de ações, os preços de commodities como petróleo e cobre também afundam.
Mas por que eles estão caindo?
A demanda por produtos como petróleo e cobre tende a aumentar quando a economia global vai bem, pois esses itens são necessários para fornecer energia e eles representam componentes-chave para muitas indústrias.
No entanto, a preocupação agora é que as tarifas dos EUA desacelerem o crescimento econômico global — ou talvez até mesmo desencadeiem uma recessão.
E isso, por sua vez, reduzirá a demanda por essas commodities.
O preço do petróleo bruto caiu cerca de 10% na semana passada.
Na manhã desta segunda-feira, houve uma nova redução de 4%.
Já o preço do cobre caiu cerca de 6% no início do pregão de segunda-feira antes de recuperar um pouco do preço.
Na Ásia, aliados dos EUA sofrem tanto quanto a China
A China pode ter sido o principal alvo das últimas tarifas de Donald Trump, mas, a julgar pela reação do mercado, aliados dos Estados Unidos — como Japão, Coreia do Sul e Austrália — sofrem quase tanto quanto Pequim.
Desde a última quinta-feira (03/04), as ações de montadoras como Toyota, Honda e Nissan caíram drasticamente devido à taxa de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA.
As ações bancárias do Japão também foram atingidas.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, enfatizou repetidamente que o Japão é o maior investidor estrangeiro direto nos EUA — e, portanto, deve poder desfrutar de uma isenção de algumas das tarifas.
Mas até agora, as negociações de Tóquio com Washington não foram bem-sucedidas.
Como isso impacta a economia?
Dharshini David, editora de economia da BBC News, explica que as mudanças nos mercados não refletem, em grande parte, o que acontece no mundo real neste exato momento.
Mas nuvens tempestuosas se formam a partir das perspectivas econômicas, conforme o impacto das tarifas universais do presidente Trump começam a chegar ao mundo real.
O movimento de ações, o preço do petróleo e mais fatores são amplamente impulsionados pela especulação e pelas previsões do que pode acontecer.
Atualmente, é o medo, e não os fundamentos, que impulsiona amplamente os preços das ações. Há o medo de uma recessão no final deste ano ou no próximo.
Os mercados despencaram conforme os negociadores das bolsas ajustaram as expectativas. Para David, a realidade é que as tarifas podem não ser temporárias — e há o risco de mais países agirem da mesma forma.
A jornalista pontua que não são apenas os investidores, mas os líderes mundiais fazem apostas esta semana, enquanto pensam se seguem pelo caminho da contenção ou da retaliação. E essas ações vão moldar o crescimento global e a inflação.
Alguns economistas colocam as chances dos EUA de entrar em recessão em cerca de 50%, enquanto outros acham que a economia global pode enfrentar um risco semelhante.
Vale lembrar que China e Estados Unidos produzem quase metade dos bens globais. Mas as ondas de choque serão sentidas longe desses países.
Mesmo com os mercados no vermelho, o impacto econômico permanece incerto.
Trump tenta ‘comer o elefante de uma só vez’
Já Erik Hirsch, copresidente executivo da empresa de investimentos americana Hamilton Lane, que é responsável por mais de US$ 850 bilhões em ativos globais, disse que, embora os investidores estejam “claramente culpando” o governo dos EUA pelas quedas, “muitas pessoas reconhecem que há alguns desequilíbrios comerciais sérios e que algo precisa ser feito para resolver isso”.
“O governo [dos EUA] tenta comer o elefante de uma só vez, e então os mercados têm dificuldade em lidar com essas oscilações”, afirmou ele durante uma entrevista ao programa Today, da Radio 4 da BBC.
“Acho que este é um exemplo em que há simplesmente muitas variáveis. Os mercados vão processar tudo isso. Enquanto isso, vão cair”, complementou ele.
Na China, o Shanghai Composite caiu mais de 8%, enquanto em Hong Kong o Hang Seng despencou 13% — o pior resultado em 28 anos.
As perdas das últimas horas seguem as quedas globais já registradas na semana passada.
A jornalista Mariko Oi, correspondente de Economia da Ásia da BBC News, classifica esta como “uma das maiores liquidações contínuas” que ela já viu em 20 anos de cobertura dos mercados de ações asiáticos.
Os índices futuros Dow Jones, dos EUA, também caíram acentuadamente, o que sugere uma queda importante em Wall Street quando o mercado americano abrir nas próximas horas.
Em falas recentes, Trump defendeu sua política de tarifas. Ele disse a repórteres que “às vezes você precisa tomar um remédio para consertar algumas coisas”.
As quedas nos mercados asiáticos
Os principais mercados de ações da Ásia caíram em todos os setores.
A bolsa de Hong Kong teve o seu pior dia em 28 anos, com uma queda de 13,22%.
Este é o pior índice desde a crise financeira asiática de 1997, segundo a AFP.
A situação de momento na Europa
O índice de ações Dax da Alemanha caiu quase 10% no início do pregão, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido teve uma redução de quase 6%.
Já o índice Cac 40 da França está registrando queda de 7%.
As ações de empresas de Defesa e do setor bancário tiveram algumas das maiores quedas até agora na Europa.
Na Alemanha, a fabricante de tanques Rheinmetall caiu quase 24%, enquanto no Reino Unido as ações da Rolls-Royce afundaram 12%.
As ações de Defesa subiram no início deste ano com as perspectivas de maiores gastos dos governos europeus.
Entre os bancos ingleses, as ações do Barclays caíram 8%, enquanto o NatWest teve uma diminuição de 7%.
Na Alemanha, o Commerzbank e o Deutsche Bank despencaram cerca de 10%.
Mas quase nenhuma empresa está escapando da liquidação das ações.
Preço das commodities também está em baixa
Enquanto todo o foco está nas quedas dramáticas do mercado de ações, os preços de commodities como petróleo e cobre também afundam.
Mas por que eles estão caindo?
A demanda por produtos como petróleo e cobre tende a aumentar quando a economia global vai bem, pois esses itens são necessários para fornecer energia e eles representam componentes-chave para muitas indústrias.
No entanto, a preocupação agora é que as tarifas dos EUA desacelerem o crescimento econômico global — ou talvez até mesmo desencadeiem uma recessão.
E isso, por sua vez, reduzirá a demanda por essas commodities.
O preço do petróleo bruto caiu cerca de 10% na semana passada.
Na manhã desta segunda-feira, houve uma nova redução de 4%.
Já o preço do cobre caiu cerca de 6% no início do pregão de segunda-feira antes de recuperar um pouco do preço.
Na Ásia, aliados dos EUA sofrem tanto quanto a China
A China pode ter sido o principal alvo das últimas tarifas de Donald Trump, mas, a julgar pela reação do mercado, aliados dos Estados Unidos — como Japão, Coreia do Sul e Austrália — sofrem quase tanto quanto Pequim.
Desde a última quinta-feira (03/04), as ações de montadoras como Toyota, Honda e Nissan caíram drasticamente devido à taxa de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA.
As ações bancárias do Japão também foram atingidas.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, enfatizou repetidamente que o Japão é o maior investidor estrangeiro direto nos EUA — e, portanto, deve poder desfrutar de uma isenção de algumas das tarifas.
Mas até agora, as negociações de Tóquio com Washington não foram bem-sucedidas.
Como isso impacta a economia?
Dharshini David, editora de economia da BBC News, explica que as mudanças nos mercados não refletem, em grande parte, o que acontece no mundo real neste exato momento.
Mas nuvens tempestuosas se formam a partir das perspectivas econômicas, conforme o impacto das tarifas universais do presidente Trump começam a chegar ao mundo real.
O movimento de ações, o preço do petróleo e mais fatores são amplamente impulsionados pela especulação e pelas previsões do que pode acontecer.
Atualmente, é o medo, e não os fundamentos, que impulsiona amplamente os preços das ações. Há o medo de uma recessão no final deste ano ou no próximo.
Os mercados despencaram conforme os negociadores das bolsas ajustaram as expectativas. Para David, a realidade é que as tarifas podem não ser temporárias — e há o risco de mais países agirem da mesma forma.
A jornalista pontua que não são apenas os investidores, mas os líderes mundiais fazem apostas esta semana, enquanto pensam se seguem pelo caminho da contenção ou da retaliação. E essas ações vão moldar o crescimento global e a inflação.
Alguns economistas colocam as chances dos EUA de entrar em recessão em cerca de 50%, enquanto outros acham que a economia global pode enfrentar um risco semelhante.
Vale lembrar que China e Estados Unidos produzem quase metade dos bens globais. Mas as ondas de choque serão sentidas longe desses países.
Mesmo com os mercados no vermelho, o impacto econômico permanece incerto.
Trump tenta ‘comer o elefante de uma só vez’
Já Erik Hirsch, copresidente executivo da empresa de investimentos americana Hamilton Lane, que é responsável por mais de US$ 850 bilhões em ativos globais, disse que, embora os investidores estejam “claramente culpando” o governo dos EUA pelas quedas, “muitas pessoas reconhecem que há alguns desequilíbrios comerciais sérios e que algo precisa ser feito para resolver isso”.
“O governo [dos EUA] tenta comer o elefante de uma só vez, e então os mercados têm dificuldade em lidar com essas oscilações”, afirmou ele durante uma entrevista ao programa Today, da Radio 4 da BBC.
“Acho que este é um exemplo em que há simplesmente muitas variáveis. Os mercados vão processar tudo isso. Enquanto isso, vão cair”, complementou ele.
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