Um ano de proteção ambiental

Com 27 mil hectares de área do bioma Cerrado protegidos pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a “Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável Legado Verdes do Cerrado” completou seu primeiro ano de criação entre a manhã e à tarde da sexta-feira (23) em Niquelândia. Na oportunidade, representantes das entidades-parceiras da iniciativa foram recepcionados na entrada do Núcleo Engenho (quilômetro 210 da rodovia BR-414) pelo diretor das Reservas Votorantim, David Canassa, em programação aberta com um plantio de mudas; seguida pela caminhada pela “Trilha do Campo Cerrado” e almoço-festivo no Mirante do Engenho (onde há belíssima vista panorâmica da natureza). O término se deu com nova caminhada, desta vez pela Trilha do Rio Traíras onde ainda é possível ver suas águas completamente límpidas.

No rol de parceiros do projeto – que também possui 5 mil hectares dedicados à pecuária, produção de soja e silvicultura – estão o Instituto Votorantim; as Reservas Votorantim; a Confederação Nacional da Agricultura (CNA); a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrado, a Conservação Internacional; a Universidade de Brasília (UnB); a Universidade Federal de Goiás (UFG); o Governo de Goiás (por meio da UEG e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos/Secima) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Ou seja, trata-se de uma verdadeira soma de esforços à conservação das nascentes do Rio Traíras (de onde é captada toda a água de abastecimento público de Niquelândia); do Rio do Peixe; e do Rio São Bento, que fazem parte do Núcleo Engenho; e Santo Antônio da Serra Negra. Segundo o diretor de Reservas Votorantim, o mapeamento feito no Traíras reafirmou a qualidade de suas águas; sua conservação; e sua importância para a população do município, com uma descoberta interessante: dentro do Legado, o Traíras possui 90 quilômetros de extensão, em vez dos 50 quilômetros inicialmente previstos. Em linhas gerais, segundo Canassa, houve significativo avanço no desenvolvimento das novas atividades anunciadas em março de 2017 como viveiro de mudas de frutos do cerrado; de reflorestamento; de educação ambiental, ecoturismo e apicultura. No caso específico das abelhas, destacou o diretor, elas são importante indicador de qualidade ambiental, pois, quando morrem, é sinal de que alguma coisa na plantação não está indo muito bem.

“Trata-se de uma nova proposta de trabalho no campo com utilização deste território (o Legado) da forma mais inteligente possível, unindo conservação com negócios tradicionais. Na área conservada, neste primeiro ano, avançamos bastante com as pesquisas com o apoio das três universidades (UEG/UFG/UnB); do Serviço Florestal Brasileiro; e das outras entidades. Através da UFG, houve um estudo de Alometria que servirá de base de cálculo à medição da quantidade de carbono que todo Cerrado brasileiro guarda, junto com pesquisadores de outras unidades de conservação”, disse David.

Segundo ele, a primeira colheita de soja plantada em 500 hectares de área da reserva, neste primeiro ano, foi vendida para o exterior. E o sucesso dessa atividade duplicou a área plantada para 1.000 hectares em 2018. Na sequência das atividades do Legado Verde do Cerrado neste ano, o diretor espera ampliar a inteligência no desenvolvimento dessas atividades tradicionais, a partir da integração lavoura-pecuária-floresta; e da pesquisa sintrópica para estudar como alimentos plantados no modo convencional se comportam em sistemas agroflorestais manejados (caso do Legado Verde) que seguem os princípios da agricultura sustentável.

Fonte: Jornal Diário do Norte