Justiça autoriza “devassa” em celulares apreendidos com a “quadrilha do drone”

Decisão da 1ª Vara Criminal de Dourados autoriza a realização de perícia nos aparelhos celulares apreendidos com a “Quadrilha do Drone”, grupo que utilizava os dispositivos para fazer entregas de munições e celulares a membros de facção criminosa no Presídio Estadual de Dourados (PED). A medida tem o objetivo de reunir informações da quadrilha, que tinha o objetivo de assumir o controle da PED, segundo o Ministério Público Estadual.

O juiz Luiz Alberto de Moura Filho também requisitou a elaboração e posterior remessa de laudo pericial no vídeo amplamente divulgado pela imprensa, inclusive a nacional (Fantástico/Rede Globo), de uso de drones pela organização criminosa, além de laudos periciais de corpo de delito em local do crime de dano qualificado, nos drones e munições apreendidas.

Esquema

O esquema foi desarticulado com a prisão de três dos integrantes da quadrilha no dia 29 de março. De acordo com denúncia do Ministério Público, assinada pelo promotor João Linhares Júnior, da 4ª Promotoria de Justiça de Dourados, o trio agia em conjunto a três comparsas presos no raio II da Máxima de Dourados e que pertencem a facção criminosa. O grupo teria informado aos policiais que já teriam feito as “entregas” por outras vezes.

Durante a prisão foram apreendidos cinco celulares, com carregadores no interior do estabelecimento prisional e que foram conduzidos para o local através do uso de drones. Na casa do trio preso a polícia encontrou 14 munições, calibre 9 mm, da marca Luger e uma munição de fuzil, de calibre 762 de uso restrito, além de três drones e coletes balísticos. Os materiais, com exceção dos drones, seriam entregues ao pavilhão de facção criminosa, no presídio.

De acordo com a denuncia do Ministério Público, o trio preso era responsável pelo transporte dos aparelhos celulares e das munições de uso restrito até a PED e pelo manejo do drone para inserí-lo no interior do presídio, enquanto que dentro da Máxima um deles financiava a atuação criminosa, enquanto outros dois que se encontravam reclusos, recebiam e disseminavam os materiais. Um deles chegou a quebrar as grades e fechadura de uma das celas para ir até o pátio e receber o material levado pelos drones.

Para a Promotoria, “os denunciados integravam, de modo sólido, estável e permanente, com estruturação ordenada e divisão de tarefas, organização criminosa com o escopo de cometerem reiterados delitos, mormente o ingresso de munições, inclusive de uso restrito e de aparelhos celulares na penitenciária”.

Fonte: Dourados Agora.