Consumo baixo mantém inflação estável em Campo Grande
Foi divulgado na sexta-feira (18), o resultado da inflação registrada no mês de abril na Capital. No total, o índice chegou a 0,31%, mantendo o mesmo percentual do período em 2017, apesar de sido maior do que o mês de março, quando houve queda – 0,19%.
O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é verificado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), da Uniderp. Além disso, o acumulado dos quatro primeiros meses do ano foi de 0,71%, indicador mais baixo desde o início da série histórica do IPC/CG, em 1994.
“Esse resultado continua sinalizando que a inflação da Capital permanece comportada, resultado que só mudará caso ocorram novos problemas no desempenho da economia. As medidas implementadas pelo governo estão dando certo, inclusive, há tendência de mais quedas da taxa Selic, que se encontra atualmente em 6,50%, a menor desde a sua criação”, esclarece o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza.
VILÃO E MOCINHO
Os grupos que impulsionaram a inflação em abril foram: transportes (1,91%), saúde (0,32%) e despesas pessoais (0,14%). Enquanto isso, os segmentos que ajudaram a segurar o índice abaixo de 1% foram: habitação (-0,26%), educação (-0,09%); vestuário (-0,24%) e alimentação (-0,04%).
No acumulado dos 12 meses, a taxa ficou em 1,96%, ainda bem abaixo da meta inflacionária de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os grupos de maior destaque neste período foram: Despesas Pessoais (5,79%), Habitação (5,15%), Transportes (4,47%) e Saúde (2,28%).
NECESSIDADES BÁSICAS
Um dos itens que mais preocupam o bolso do consumidor é a alimentação, que no período registrou deflação de -0,04%, a terceira queda consecutiva do índice este ano. Na avaliação de Souza, esse resultado é reflexo da redução do consumo, motivado por fatores como juros e desemprego.
“O cenário da alimentação pode mudar ainda. Em 2017, o Brasil colheu uma supersafra de grãos, possibilitando a estabilização e até baixa de preços de alguns produtos do grupo, mas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos de 2018 deverá ser 7% menor do que a de 2017, não favorecendo a queda da inflação neste grupo”, explicou o coordenador do Nepes.
Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo no mês de abril foram com a cebola (45,24%), pimentão (41,94%) e beterraba (36.29%). As maiores reduções foram constatadas com alho (-34,96%), couve-flor (-32,94%), carne enlatada (-23,44%), entre outros.
“O grupo alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor. Esse grupo sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns aos términos das safras, outros diminuem de valor quando entram na fase de colheita,” contextualiza o pesquisador.
Fonte: Correio do Estado – Aline Oliveira
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