Acadêmicos de Medicina não aceitam retorno às aulas na UEMS

Apesar de as aulas do curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) já estarem certas para retornarem na segunda-feira, os acadêmicos decidiram manter a greve estudantil. As atividades do curso estão suspensas há pouco mais de um mês, em razão da falta de estrutura da universidade.

De acordo com a integrante da comissão estudantil do curso Liviane Muchelassi, os professores saíram da paralisação na quarta-feira (6), mas os alunos se reuniram e decidiram não acompanhar o retorno. “Porque entendemos que as demandas não foram atendidas e isso nos motiva a continuar nossa paralisação”.

Entre as questões que ficaram pendentes para os estudantes, está a falta de abertura dos editais para compra de materiais, bem como a não garantia da homologação do concurso público para docentes. “A gente teme que o concurso não seja homologado pela lei de responsabilidade fiscal. Os professores cedidos não são concursados, queríamos que eles fossem efetivos para auxiliarem em pesquisas de projetos”.

Outra preocupação está na falta de reconhecimento do curso pelo Ministério da Educação (MEC). “O curso já está autorizado, mas precisa do reconhecimento e o que mais conta nessa nota são as instalações. Do jeito que as coisas estão acontecendo e são morosas, ano que vem não vamos poder ter o reconhecimento e o diploma”.

Os acadêmicos de Medicina estão se organizando novamente para fazer uma nova manifestação na próxima semana. No fim do mês passado, eles protestaram em frente à Governadoria, no Parque dos Poderes.

Segundo a assessoria de imprensa da universidade, “o curso de Medicina, cujos docentes estavam em paralisação, retornará às atividades na segunda-feira”.

Mas, caso os estudantes não compareçam às aulas, a instituição afirma que não está formalizado se eles terão falta ou não. “Essas e outras decisões serão tomadas, posteriormente, por meio de deliberação do colegiado de curso”.

Para a universidade, as principais reivindicações já foram atendidas: foi feita a antecipação de concurso com 10 vagas para professores efetivos e outros 10 cedidos, bem como aquisição de materiais para uso laboratorial, tais como lâminas, banquetas e bancada de granito.

Quanto às férias do meio do ano, elas “acontecerão regularmente” e as “reposições serão realizadas a partir do segundo semestre de 2018”.

Fonte: Correio do Estado – Gabriela Couto