Traficantes ‘entregam’ rivais que tinha frota e até depósito de cocaína na saída de MS
Facções criminosas estão ‘entregando’ adversários para as autoridades como forma de economizar na guerra pelo controle do narcotráfico em Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal desmontou neste domingo (17) uma operação que mantinha frota de caminhões e até um ‘depósito’ de cocaína na BR-158, em local estratégico, quase na saída de Mato Grosso do Sul para os estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
A apreensão, uma das maiores dos últimos anos, só foi possível porque integrantes de uma facção criminosa adversária ‘entregaram’ a operação dos rivais. A Polícia Federal confirmou que chegou até os narcotraficantes após ‘denúncia anônima’.
Seis foram presos em flagrante e 954 quilos da droga foram apreendidos em Três Lagoas, além de 3 caminhões e um veículo de passeio. Entre os detidos, dois eram motoristas, três eram auxiliares de serviços gerais e um comerciante.
A suspeita é de que todos trabalhavam para uma facção criminosa que atua no narcotráfico de Mato Grosso do Sul com liberdade e organização suficientes para criar verdadeira estrutura logística de uma verdadeira transportadora rodoviária.
A droga foi encontrada armazenada no depósito e seria levada para o estado de São Paulo, segundo a Polícia Federal. A cocaína seguia de Campo Grande com destino a São Paulo, mas antes passava por Três Lagoas, onde era armazenada no entreposto e era mantida no depósito até a saída para o estado paulista.
PCC e CV querem controlar MS: ‘rota fácil’
O PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) brigam pelo controle da ‘rota fácil’ que Mato Grosso do Sul é considerado.
A fiscalização altamente deficitária e a corrupção policial facilitam o tráfico de drogas e contrabando de produtos lucrativos, como cigarros e pneus, com ‘túneis’ nas rodovias e estradas sul-mato-grossenses.
Além disso, MS é considerado estratégico pela posição geográfica, vizinho do Paraguai e Bolívia, que são entrepostos para o narcotráfico internacional latino-americano, e pelo fácil acesso aos principais polos consumidores e portos brasileiros, em SP, PR, RJ, MG e GO/DF.
Na região de fronteira com o Paraguai, as cidades sul-mato-grossenses assistem a verdadeira guerra com execuções e tiroteios quase diários. fonte midiamax
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